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A história completa do cara Cagando no shopping

A história completa do cara Cagando no shopping

Tudo começou no dia 23 de dezembro.

Tenho um sério problema de constipação intestinal. Sempre fui o caga-pedra.

Como minha mãe teve problema com laxantes, resolvi que não ia mais usa-los. Adotei uma dieta mais saudável, de fibras e folhas.

Porém quando chega a época das festas de fim de ano, a gente sai totalmente da rotina.

Alguns dias comendo porcarias com o pessoal do escritório, me leva a virar um caminhão daqueles que o cimento fica rodando dentro.

Dia 24 estava de férias e fazendo os preparativos pra ceia e pensando no tamanho do fóssil que ia parir depois de 3 dias sem cagar.

Após a ceia e a despedida da família, senti um movimento peristáltico que me deu esperanças. Corri no banheiro, porém o intestino continuava em coma induzido.

No dia 25 pela manhã estava mau humorado, fui pra varanda de cueca e vejo o cachorro dar uma cagada bem mole no portão da vizinha. Ele não chega nem perto das folhas e fibras, e caga lindo.

Corri no youtube pra ver se achava alguma receita alternativa, e eis que me aprece um título: “Elimine 20 kg de fezes com esse chá.”

Se uma pessoa normal cagar 20 kg, eu que to com esse depósito de lixo tóxico no ventre, cago tranquilamente uns 57 kg.

Corri no Sonda aqui perto e achei tudo para o chá. Tomei logo após o almoço, mas não botei fé no inferno que me aguardava.

Almoço de Natal e amigo secreto. Ganhei uma camisa da Colombo porém maior que meu tamanho.

A noite algumas pontadas, mas nada demais.

Dia 26 pela manhã resolvemos ir no shopping trocar a camisa pois iriamos viajar no dia seguinte.

Parei no estacionamento com um sensação de que algo iria acontecer. Até falei pra minha mulher que achava que alguma tragédia iria acontecer antes do fim do ano, me achando a vidente Marcia. Mas não sabia que era comigo.

Minha filha quis passar na Tent Beach para dar um oi pro crush dela. Como ia ser rápido e a Colombo fica quase em frente, falei pra ela ficar ali enquanto ia com a Rosana na Colombo.

Dei a camisa pro vendedor e pedi o numero 4. Ele disse que iria ver se tinham ainda daquele modelo.

Foi naquele momento o universo apontou o dedo pra mim e disse, Bora passar uma vergonha?

Enquanto ele foi la pra dentro, me subiu um suador imenso. Minha barriga começou a fazer um barulho horrendo e minha vista escureceu.

Parecia que tinha meu intestino era uma multidão na Black Friday da Americanas e meu cú, uma porta de alumínio.

E nessa hora vc não raciocina. Todo o sangue que deveria estar no cérebro planejando a melhor estratégia, ta lá no cú agitando a multidão.

Eu ao invés de falar pra minha mulher: pega qualquer coisa que to indo no banheiro, não, fiquei ali superestimando a resistência da comporta enquanto suava mais que queniano na São Silvestre.

Minha mulher disse algo sobre eu estar pálido.

Vem o vendedor com a maior calma do mundo e fala pra eu provar pra ver se era o numero certo. Irmão você não ta entendendo, me da qualquer merda!

Mirei a porta e quando estava saindo ele disse pra carimbar a nota no caixa. Novo cálculo da rota.

Quando vou entregar a nota, nesse momento a barragem não aguenta.

Minha vida passou diante dos meus olhos.

Eu comecei a tremer e nesse momento Rosana dá um grito: Vc tá cagando?!

Saí correndo com a nota na mão, enquanto deixo tudo pra trás. Pergunto desesperadamente onde é o banheiro, um cara aponta.

Escuto um barulhão, e vejo uma senhora obesa caindo. Aí vejo o tamanho da tragédia. Parecia que um jipe tinha dado zerinho no corredor todo. Pois até eu entrar no banheiro, em nenhum momento parou de sair merda. A senhora começa a gritar de nojo enquanto corro pro banheiro e na minha mente minha voz ecoava: fudeu, fudeu, fudeu.

Uma menina disse pro namorado: eita porra, o tio ta cagando em tudo!

Arriei a calça e sento no vaso. O universo aponta de novo e diz: ta bom, paramos por aí.

Nada. Não sai mais um peido.

Minha mulher aparece na porta desesperada, dizendo pra eu ficar calmo que era normal. Normal era alguém dar um peido molhado, não fazer uma maquete de Brumadinho dentro do shopping (com todo respeito a tragédia).

Pedi uma calça, ela pergunta que modelo. Pode ser de lycra minha filha. Paga o estacionamento que vou sair correndo.

Começo a passar papel em vão. Tinha merda em tudo! Resolvi largar tudo na cabine, tirei a carteira do bolso e só. Escuto algumas risadas dizendo que o cagão tava ali. Outros falando, nossa que horror! Minha mulher me traz uma calça bege, isso mesmo. Podia ser preta ou no melhor estilo camuflagem: marrom. Mas ela pega bege!

Um funcionário pergunta se não quero tomar um banho, que tinha outro banheiro. Disse que gostaria de um pano. Qualquer um.

Ele me da um de chão, onde passo nas pernas. Limpei o tênis pois não iria sair descalço.

Saio com a cabeça erguida, tentando botar na cabeça que aquilo foi um sonho. Olho no corredor e vejo o pessoal da limpeza, passando uma fita pra isolar a área.

Parecia que um botijão de gás havia explodido dentro da Cacau Show.

Parecia que havia explodido um botijão dentro da Cacau Show e a cascata de chocolate voou pelos ares. Cenário de guerra.

Peguei firme na mão da Rosana tentando fingir que não tinha sido comigo.

Muitas pessoas com a mão no nariz, dando risada e eu de calça bege, parecendo criança que tinha aberto o ovo de páscoa, com varias manchas de chocolate. A senhora obesa estava sentada alisando a perna com a filha, olhou com dó e raiva ao mesmo tempo.

Chego no carro, minha filha chorando (até achei que era de preocupação comigo)

Disse que foi a maior vergonha da vida inteira dela (No auge dos seus 16 anos). Pergunto se ela quer um M&Ms. Ela me xinga.

Não tomem esse Diabo Verde disfarçado de chá. Ou se tomar não passe do portão de sua casa.

Veja esse post também: Gente eu tô passando mal de tanto rir

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